Lideranças defendem ações conjuntas para ampliar a oferta de moradias e apoiar empresas diante da escassez de mão de obra

O Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sindilojas) realizou na manhã de quinta-feira, 11 de dezembro, uma reunião destinada a ampliar o diálogo entre representantes de entidades, lideranças empresariais e integrantes do poder público sobre alternativas de moradia para trabalhadores de empresas do município. A iniciativa busca construir um plano de ação voltado ao desenvolvimento e à habitação, cuja estruturação deverá avançar no de 2026.

Estiveram presentes o presidente da Câmara de Vereadores de Brusque, Jean Dalmolin, e o vereador Jean Pirola; o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Valdir Walendowsky; representantes do Instituto DEL e da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC); além do presidente da Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr), Marlon Sávio Sassi.

O presidente do Sindilojas, Marcelo Gevaerd, destacou que a mobilização surgiu a partir de demandas espontâneas do setor produtivo. Segundo ele, empresários têm manifestado preocupação com a disponibilidade de moradias no município, especialmente diante do crescimento populacional previsto para os próximos anos.

“Fomos procurados por alguns empresários porque havia uma preocupação sobre a moradia em Brusque. Muitos já têm ideias de construir moradias para seus funcionários, com aluguéis acessíveis, próximos aos locais de trabalho. Acreditamos que isso é muito importante”, afirmou.

Gevaerd explicou que o tema vem sendo discutido em diferentes frentes. “Primeiro tivemos uma reunião com o presidente da Câmara, depois com o Ibplan e com vereadores. Hoje recebemos uma técnica que trouxe contribuições importantes. É fundamental conhecermos a realidade da cidade e pensarmos em modelos de moradias, públicas ou privadas, que atendam nossos colaboradores no futuro”, ressaltou.

Ele enfatizou que o crescimento de Brusque exige planejamento antecipado. “Temos pesquisa indicando que a cidade ainda vai crescer muito. Ouvimos relatos de vários empresários que já estão construindo ou planejando moradias para seus colaboradores. Nossa intenção é unir forças para que um projeto seja estruturado já no início do ano que vem, somando iniciativas pública e privada”, acrescentou.

O projeto deve contemplar Brusque, Guabiruba e Botuverá, municípios interligados pelo fluxo de trabalhadores e empresas. O próximo passo, segundo Gevaerd, será buscar a participação dos prefeitos das três cidades para avançar na construção conjunta da proposta.

Alternativas conjuntas

Durante o encontro, foram discutidas alternativas para ampliar a oferta de moradias em Brusque, tema que tem impacto direto na contratação de mão de obra e no desenvolvimento econômico da cidade.

Aline Nandi, Coordenadora Geral de Projetos do Instituto DEL, apresentou um panorama técnico baseado na experiência do instituto em diversas cidades catarinenses. Ela destacou a importância do planejamento estruturado e afirmou que Brusque reúne condições favoráveis para avançar no tema.

O presidente da ACIBr, Marlon Sassi, ressaltou que ao incentivar os empresários a criarem moradias próximas aos seus estabelecimentos, além de ampliar a oferta habitacional, também se reduz a dependência do transporte diário. “Quando o colaborador mora perto do local de trabalho, minimizamos deslocamentos, custos e tempo de trajeto. Isso melhora a qualidade de vida, aumenta a produtividade e reduz a pressão sobre o sistema de transporte”, destacou.

O vereador Jean Pirola ressaltou que a cidade vive um ciclo prolongado de geração de empregos, mas enfrenta dificuldade crescente na oferta de moradias adequadas aos trabalhadores. Segundo ele, “o valor do aluguel muitas vezes não acompanha o salário recebido, e a alta procura acaba elevando ainda mais os preços. Por isso é tão importante discutir soluções que ampliem a oferta e reduzam os custos das locações”.

Pirola afirmou que Brusque possui “um déficit superior a 3 mil unidades, especialmente populares”, destacando que o trabalho conjunto entre poder público, entidades e iniciativa privada pode gerar resultados concretos. “Quando o empresário constrói ou firma parceria para viabilizar moradia aos funcionários, aumenta a oferta e diminui o valor das locações no mercado imobiliário”, completou.

O presidente da Câmara de Vereadores, Jean Dalmolin, reforçou que a falta de moradias populares está diretamente ligada à dificuldade de atrair e manter mão de obra. “Conversamos sobre alternativas como lotes menores, que permitam aos trabalhadores adquirir um espaço e construir sua casa”, disse. Ele também destacou iniciativas já estudadas por empresários locais para construção de moradias destinadas aos colaboradores. “Com a presença da FACISC, ampliamos ainda mais essa visão. Tudo o que pudermos fazer pela Câmara em benefício das pessoas e para melhorar suas condições de vida, estaremos fazendo”, afirmou.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Valdir Walendowsky, também avaliou o encontro de forma positiva.

“O problema das moradias é perceptível em todos os setores, e pesquisas já indicam que a dificuldade de encontrar onde morar é um dos fatores que impactam a falta de mão de obra”, observou. Walendowsky destacou que o governo municipal acompanha de perto o tema e vê a necessidade de iniciar uma pesquisa aprofundada para mapear a realidade local. “A partir desses dados, será possível analisar alternativas viáveis envolvendo setor público e privado”, explicou.

Ele ressaltou a importância da participação dos vereadores, já que os projetos precisam tramitar pela Câmara. “A Secretaria está à disposição para colaborar com dados, estudos e possíveis alternativas financeiras, sempre dentro da legalidade e do planejamento para 2026”, concluiu.

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